A região dos Campos Gerais, conhecida por seu robusto parque industrial, está à beira de uma revolução econômica e tecnológica impulsionada por recentes anúncios de investimentos no setor automotivo e pela crescente demanda por soluções sustentáveis.
Os últimos meses trouxeram a promessa de mais de R$ 71 bilhões em aportes por montadoras, destacando-se o investimento de R$ 30 bilhões anunciado pela Stellantis para o Brasil entre 2025 e 2030.
Mas o que isso realmente significa para a indústria local e, mais importante, para os trabalhadores dos Campos Gerais?
Claudir Messias da Rosa, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Ponta Grossa e Região, e Mauro Carvalho, secretário-geral, compartilham suas perspectivas sobre esses desenvolvimentos e o que eles representam para o futuro da região.
Inovação e diversificação industrial
Para Claudir, os anúncios de investimentos são uma notícia bem-vinda, sinalizando não apenas um voto de confiança na economia brasileira mas também uma janela de oportunidades para a região dos Campos Gerais. “Estamos diante de um potencial imenso para diversificação industrial e geração de novos empregos. Com a entrada de grandes nomes como Stellantis e BYD, esperamos ver um efeito cascata que beneficie toda a cadeia produtiva, incluindo as pequenas e médias empresas locais.”
Mauro Carvalho ressalta a importância da preparação para essa nova era: “O foco não está apenas nos empregos que serão criados diretamente por esses investimentos, mas também na capacitação dos nossos trabalhadores para que possam aproveitar as novas oportunidades em tecnologias limpas e mobilidade elétrica.”
Desafios e oportunidades na mobilidade sustentável
O acordo da BYD para produção de baterias em Manaus e o avanço em direção à mobilidade sustentável, incluindo o lançamento do Acordo de Cooperação MBCB, são vistos pelos dirigentes como passos significativos para o setor. “Isso representa uma mudança de paradigma. Estamos caminhando para uma indústria mais verde, que alinha inovação com responsabilidade ambiental”, destaca Claudir.
“O desafio agora é garantir que essa transição seja inclusiva, gerando empregos de qualidade e capacitando nossos trabalhadores para as novas realidades do mercado”, complementa Mauro, enfatizando a necessidade de políticas públicas e iniciativas de formação profissional que acompanhem essa evolução.
Engajamento com a comunidade e o futuro
Ambos os líderes sindicais veem esses desenvolvimentos como uma oportunidade para reforçar o diálogo entre indústria, trabalhadores e comunidade, visando um crescimento sustentável e inclusivo. “Nosso papel como sindicato é garantir que essa nova fase de desenvolvimento beneficie não apenas as empresas, mas principalmente os trabalhadores e suas famílias, assegurando condições de trabalho justas e sustentáveis”, afirma Claudir.
Este é um momento de transformação para a região dos Campos Gerais, um que promete não apenas fortalecer sua base industrial, mas também pavimentar o caminho para um futuro mais verde e tecnologicamente avançado.